Atualmente, a Unidade da Ceasa de Cascavel comercializa em torno de 60 mil toneladas de hortifrutis por ano. Com o projeto de modernização, que vai proporcionar mais espaço para a movimentação de cargas, esse volume pode dobrar. O novo modelo vai incentivar a automação e a mecanização da manipulação dos produtos, propiciando também a inclusão de novas cadeias produtivas para comercialização e distribuição, como flores, plantas ornamentais, pescados e produtos de agroindústria, salientou Gusi.

O novo modelo também vai ampliar a participação direta do agricultor. “Haverá espaço para comercialização dos produtos da Agricultura Familiar. Assim os pequenos agricultores terão um local para vender seus produtos”, disse Luiz Gusi, presidente da Ceasa-PR.

A previsão é que o polo da Ceasa de Cascavel terá um raio de abrangência de 180 quilômetros e deverá receber alimentos das regiões Sudoeste e Oeste, aumentando a participação de compradores na central atacadista.

De acordo com Gusi, a prefeitura de Cascavel é acionista da Central Atacadista e o novo projeto só vai funcionar se for atrelado a um plano de desenvolvimento regional, com investimentos de todos os parceiros, inclusive das empresas atacadistas. “Não tem sentido modernizar a unidade se não houver o envolvimento efetivo de todos os integrantes”, afirmou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Cascavel, Luciano Marcio Fabian, ressaltou a importância dessa iniciativa. “A nossa contrapartida poderá incluir a cessão de uma área para a construção de uma nova unidade da Ceasa em Cascavel”, antecipou. O secretário explicou que a nova unidade dará impulso à produção de hortigranjeiros e pode reverter a atual situação em que boa parte da comercialização de hortigranjeiros feita hoje na central vem de outros Estados e de outras regiões do Paraná”, afirmou. Fabian lembrou que outros órgãos como a Emater-PR e instituições do município também estarão participando desse processo.

MODELO ITALIANO - O projeto de modernização da Ceasa de Cascavel segue a mesma linha das propostas já apresentadas em Maringá e Curitiba, cujas centrais atacadistas também serão remodeladas e modernizadas, conforme o modelo italiano das centrais de abastecimento de grandes cidades do Norte da Itália, como Verona.

O modelo sugerido prioriza a logística. Os boxes ficam na área central para agilizar o escoamento de mercadorias com uma descarga rápida e eficiente. Segundo o secretário Norberto Ortigara, o governo do Paraná sugere esse modelo para reduzir as perdas de alimentos altamente perecíveis como os hortifrútis.

“Queremos um projeto com estrutura menos onerosa e mais eficiente dentro de uma moderna visão logística”, disse o secretário. Ortigara explicou que os investimentos que serão feitos em Cascavel vão depender do arranjo e da participação dos parceiros. “O padrão proposto será adequado a cada realidade regional e também em função do número e empresas que vão participar do empreendimento” completou.

Gusi adiantou que o novo modelo valorizará a produção local e regional, privilegiando a comercialização dos produtos paranaenses. O objetivo é estabelecer uma nova plataforma para conferir eficácia em logística e melhorar a qualidade dos serviços para atender rapidamente a grande demanda dos atacadistas, compradores e mercado varejista. “Hoje os permissionários operam com espaço reduzido. Não podem trabalhar com automação e os procedimentos de carga e descarga são muito demorados”.

O projeto foi apresentado durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel. Também participaram do encontro o diretor técnico da Ceasa-PR, Abdel Naser, a diretora geral da Secretaria Municipal de Agricultura, Leila Marta Martins Viana e o gerente da Unidade Atacadista da Ceasa-PR, em Cascavel, João Maria dos Santos Neto.