Banco de Alimentos das Ceasas do Paraná beneficiam mais de 88 mil pessoas no Estado 06/12/2016 - 08:30
Diariamente cerca de 17 mil quilos de hortigranjeiros que seriam jogados fora nas cinco Ceasas do Paraná, em Curitiba, Londrina, Maringá Cascavel e Foz do Iguaçu, ganham outro importante destino. Essas frutas e verduras acabam beneficiando mais de 88 mil pessoas através das ações realizadas pelo Banco de Alimentos, programa desenvolvido pela Ceasa Paraná, empresa vinculada a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento – Seab.
“Temos uma importante ação social, principalmente pela parceria que mantemos com os produtores e permissionários atacadistas das nossas cinco unidades no Estado, que fazem diariamente as doações para o programa. Além de evitarmos o desperdício de alimentos, essas ações evitam também que uma grande quantidade de produtos sejam descartados para os aterros sanitários”, explica Natalino Avance de Souza, diretor-presidente da Ceasa Paraná. Além dos apoios dos permissionários e produtos, o programa conta ainda com a participação das respectivas prefeituras municipais, do Provopar, e do Ministério de Desenvolvimento Social, com o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA.
Em média por mês o Banco de Alimentos das cinco Ceasas do Paraná doam cerca de 418 mil quilos de hortigranjeiros. Os produtos são doados pelos permissionários e produtores que atuam nos mercados atacadistas. Após a entrega, os produtos que ainda estão em bom estado de consumo, mas por uma situação ou outra não serão comercializados, são selecionados e separados pelos funcionários da Ceasa, que depois os repassam para as entidades assistências cadastradas no programa.
Segundo Gilmar Pavelski, gerente do Banco de Alimentos, estes hortigranjeiros são repassadas para as 530 entidades assistências, creches, hospitais públicos, asilos, casas de recuperação entre outras instituições. Por mês são beneficiadas cerca de 88 mil pessoas com essas doações de hortigranjeiros. “Periodicamente realizamos também atividades de capacitação em educação alimentar junto a essas entidades cadastradas no programa. Esses cursos e palestras são uma forma de repassar para as comunidades e pessoas atendidas, ações educativas, conhecimentos básicos do reaproveitamento de alimentos, informações nutricionais entre outras orientações básicas de saúde”, diz Gilmar Pavelski.
Conscientização social - Uma vez por semana a dona Maria de Souza Severiano, que mora no Jardim Califórnia, em Araucária, ovai no início da tarde ao Centro de Eventos da Ceasa Curitiba. Enquanto aguardava a arrumação das caixas com os hortigranjeiros, a aposentada de 85 anos, conversa com as amigas sobre as orientações dadas pela assistente social Jaqueline Gomides, que faz o cadastramento das famílias em situação de vulnerabilidade também atendidas pelo Banco de Alimentos. “Lá em casa somos eu, meu marido e uma neta que mora conosco. Esses produtos nos ajudam a completar a nossa alimentação. Sempre que posso além das saladas faço refogados, e extrato de tomate para molhos”, conta a aposentada que nos finais de semana é responsável pela coordenação da cozinha no almoço da família, quando estão reunidos os três filhos, e parte dos 14 netos, 34 bisnetos e cinco tataranetos.
Já Benedita Joaquim Luiz, 67 anos, diz que também divide com a família as doações dos hortigranjeiros que recebe do programa da Ceasa. Para ela, que mora em São José dos Pinhais, a ida semanal no Banco de Alimentos “ajuda a reforçar a alimentação de todos”. “Lá em casa nada é desperdiçado, reaproveito tudo que levo. Faço sucos, salada de frutas entre outras receitas caseiras”, diz a aposentada. Ela também participa dos cursos e palestras periódicas realizadas na cozinha industrial do Banco de Alimentos. “Sempre aprendemos algo de novo nesses encontros”, completa Francisca Avelino da Silva enquanto guardava os hortigranjeiros doados.
Quando perguntadas sobre a origem dos produtos doados ao grupo, as três quase que em coro disseram que “era uma benção dos produtores e atacadistas da Ceasa”. “Só temos a agradecer de todo o coração a essas pessoas. Essa ajuda é muito gratificante, e auxilia uma grande quantidade de pessoas pobres e carentes”, completa a dona Maria de Souza Severino.
A pouco metros dali, a fila de carros e caminhonetes das 22 entidades assistências aguardava a liberação das doações do Banco de Alimentos da Ceasa Curitiba, estimado em 7 mil quilos de hortigranjeiros. Entre eles estava Felipe Augusto da Silva, administrador da Comunidade Bethania, casa de acolhimento no bairro Boqueirão, em Curitiba. “Temos no momento 37 pessoas que estão conosco num processo de ressocialização. Boa parte destes produtos são utilizados diariamente nas refeições que eles mesmos preparam”, explica o administrador. A entidade Bethania é uma das primeiras a integrar e participar do programa da Ceasa que existe desde 1991, e foi reestruturado em 2005 ampliando a sua rede de atendimento social.
Para a irmã Taila Fabrício Nogueira, do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, que atende mais de 600 crianças do ensino fundamental e educação infantil, numa escola da Planta Santa Lúcia, em Piraquara, a “colaboração dos produtores e atacadistas da Ceasa é muito bem vinda”. “Essas doações ajudam na diversificação e no reforço alimentar dos nossos alunos. Só temos que agradecer a todos que realizam esse trabalho”, diz a Irmã Taila Fabricio Nogueira.
Critérios para cadastramento - Para participar do programa são exigidos alguns critérios. Entre eles a entidade não deve ter fins lucrativos, apresentar o CNPJ, data de fundação, ata de posse da diretoria, endereço entre outros itens. Mais informações sobre o Banco de Alimentos da Ceasa Paraná, através do telefone (**41) 3348-5501, em horário comercial, ou ainda através do e-mail gilmarpavelski@ceasa.pr.gov.br, ou nas respectivas Gerências de Mercado das unidades da empresa no Estado.
Fotos: Julio Covello / Divulgação - Assimp / Ceasa Paraná