O Dia Mundial da Alimentação foi determinado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em 1945 para estimular reflexões sobre o tema. Em 2022, a temática escolhida pela FAO para o Dia Mundial da Alimentação busca a sensibilização para o olhar social, com melhorias nas formas de produção de alimentos, nutrição e no meio ambiente, em prol da qualidade de vida. Além disso, propõe a união de todos com o discurso “Não deixe ninguém para trás”.

CENÁRIO – De acordo com a ONU, quase 3,1 bilhões de pessoas não podiam pagar por uma alimentação saudável em 2020, um aumento de 112 milhões em relação a 2019, efeito dos impactos econômicos da pandemia. Além disso, cerca de 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021 – 46 milhões a mais do que em 2020.

PROGRAMAS SOCIAIS DA CEASA – Nas cinco Ceasas do Paraná, em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu são desenvolvidas as atividades do Banco de Alimentos – Comida Boa. Esse programa social é uma iniciativa de abastecimento e segurança alimentar.

O programa funciona através da doação dos hortigranjeiros não comercializados pelos permissionários atacadistas e agricultores que atuam nos mercados da Ceasa Paraná. Depois de separados e selecionados esses hortigranjeiros são distribuídos para 321 instituições sociais cadastradas junto a Ceasa – creches, hospitais públicos, asilos, casas de recuperação entre outras entidades. Em média por mês, o Banco de Alimentos da Ceasa Curitiba, faz um reaproveitamento de 516 mil quilos de hortigranjeiros, beneficiando cerca de 147 mil pessoas.

“Temos uma parceria muito importante com os permissionários e produtores que atuam em nossas Ceasas, no trabalho de conscientização no reaproveitamento e melhor destinação desses produtos que seriam descartados”, diz Eder Eduardo Bublitz, diretor presidente da Ceasa Paraná. O dirigente lembra ainda que são processados na cozinha industrial do programa uma média mensal de outros 12 mil quilos de alimentos. “Além disso as entidades atendidas pelo Banco de Alimentos participam de atividades de capacitação em educação alimentar repassando esses conhecimentos para suas comunidades”, completa Éder Eduardo Bublitz.

A produtora Marcia Kaline, de Quitandinha, município da região metropolitana de Curitiba conta como é importante doar alimentos, “o comercio de alimentação é a base da economia nacional, a gente que é agricultor traz a mercadora aqui e a Ceasa abastece tudo. Como os mercados pedem um padrão de qualidade, tem alimentos que acabam não passando e acaba ficando para trás e sendo desperdiçado”. Esses produtos que não servem para o mercado, estão bons para consumo, ele só não é comercializado porque não passou no padrão de qualidade”.

Marcia Kaline destaca a grande importância do Banco de Alimentos. “Levar esse alimento que sobram e que seriam desperdiçados, para que seja aproveitado de uma forma diferente para várias pessoas que tem necessidades e que precisam”. “As pessoas precisam saber do Banco de Alimentos, as vezes eu vejo pessoas aqui que quando sobra mercadoria acabam levando pra casa para descarte.  Mas nós doamos, porque sabemos que será aproveitado e destinado para pessoas que realmente precisam e é de coração que fazemos para poder ajudar”, destaca a produtora.

O permissionário atacadista Jeri Rabelo da Silva, do J.C.R Comércio de Hortifrutigranjeiros Ltda, diz que começou a vir para a Ceasa desde criança e continuou com o negócio da família e está há mais de 40 anos no ramo alimentício. O permissionário conta que depois que diminuiu os casos de Covid, o número de pessoas que está precisando de alimentos aumentou e o programa Banco de Alimentos também sofreu com a falta de comercialização. Tendo isso em mente, ele destaca a importância de existir esse programa da Ceasa para suprir necessidades. Ele complementa que “como são doadores, possuem o pensamento de sempre querer ajudar e que é importante para evitar o desperdício”. “O trabalho que é bem feito no Banco de Alimentos é visível, vale ressaltar a importância da conscientização dos permissionários em fazer a doação, porque isso será refletido lá na frente”, afirma o permissionário.  

Para o presidente do Sindicato dos Permissionários Atacadistas - Sindaruc, Paulo Salesbram, “os alimentos se tornam cada vez mais importante para todos nós, em uma sociedade onde impera a fome e a miséria, onde se alimentar de forma adequada é fundamental para que possamos desempenhar as tarefas diárias”.

Paulo Salesbram destaca que o Banco de Alimentos – Comida Boa da Ceasa, “é fundamental para podermos diminuir consideravelmente o desperdício dos alimentos que circulam dentro das nossas Ceasas”. “Temos que trabalhar com alimentos perecíveis e essa perca se torna cada vez mais constante, por isso a importância de termos uma organização que possa levar alimentos a milhares de pessoas que muitas vezes não teriam nem o que consumir em suas refeições diárias”, completa o presidente do Sindaruc.

Foto: Divulgação Ceasa Paraná