Colaboradores e Monitorados do Banco de Alimentos – Comida Boa concluíram a formação como facilitadores de Círculos de Construção de Paz – Círculos não Conflitivos.

Entre colaboradores e monitorados que trabalham no programa Banco de Alimentos – Comida Boa, da Ceasa Curitiba, doze deles receberam a certificação no curso de Facilitadores de Criação de Círculos de Paz, oferecido pela Justiça Restaurativa do Paraná. A cerimônia, realizada no Centro de Eventos da Ceasa Paraná, em Curitiba, foi um marco importante na jornada de ressocialização deles.

Com carga de 20 horas semanais, o curso proporcionou aos participantes a oportunidade de aprender a importância da escuta ativa, do respeito às diferenças e de como a compreensão das relações interpessoais pode transformar tanto a vida profissional quanto pessoal. Laryssa Copack Muniz, juíza de direito substituta da Vara de Execução Penal, destacou que oferecer oportunidades como essa é uma forma de libertar as “amarras” de quem vive sob restrições de liberdade, representando um verdadeiro compromisso com a justiça.

O Banco de Alimentos – Comida Boa vai além de sua missão de evitar o desperdício. Ele também resgata vidas, dando voz àqueles que, muitas vezes, não são ouvidos pela sociedade. Durante o curso, os monitorados não apenas foram ouvidos, mas também encontraram um divisor de águas em suas vidas. Eles agora levam os ensinamentos adquiridos para o dia a dia, aprendendo a ouvir e a compreender melhor os outros, o que contribui para evitar julgamentos errados e principalmente conflitos.

Desde 2020, o Banco de Alimentos – Comida Boa tem contado com a colaboração de pessoas monitoradas por tornozeleira eletrônica, que participam de todas as etapas do processo, desde a captação até o processamento dos alimentos. Os resultados são notáveis: 72% dos monitorados que já passaram pelo programa conseguiram se colocar no mercado de trabalho formal. O projeto de ressocialização é uma parceria da CEASA/PR com o DEPPEN (Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná).

Comprometimento e esforço -  Paulo Ricardo da Nova, Diretor Agro Comercial da Ceasa PR, falou sobre  a  experiência de ressocialização exercida pelas ações do Banco de Alimentos:  “Abraçamos o programa com toda a força e hoje podemos dizer que aqui não há mais preconceito. E isso é fruto do trabalho sério feito por todos. Com comprometimento e esforço, o projeto tem colecionado bons exemplos.”

Jaqueline Macedo, gerente do Banco de Alimentos – Comida Boa, ressaltou: “O Banco de Alimentos já é referência. Não há como retroceder, só avançar.” Ela também expressou o desejo de que essa primeira turma de facilitadores seja o início de uma longa parceria, com a possibilidade de abrir novas vagas e até expandir o programa para as outras unidades da CEASA/PR.

A visão de expansão foi compartilhada pelo Desembargador Ruy Muggiati, que esteve presente na diplomação. Ele destacou a importância desse tipo de experiência para pessoas egressas do sistema prisional, que raramente têm a chance de vivenciar oportunidades como essa antes de tentar sua reintegração ao mercado de trabalho. “Esse é o protótipo, essa experiência que vocês passaram com esse curso foi o projeto piloto de uma parceria que deve ser replicada no estado inteiro”, afirmou ele.

Com esse curso, não só os monitorados, mas todos os envolvidos, saem com a sensação de terem dado um passo importante em direção a um futuro de mais respeito, compreensão e reintegração.

E pode ter novidade por aí.