Ministro da Agricultura dá prioridade ao Paraná 27/03/2007 - 14:50
Segundo o secretário, Stephanes recebeu a pauta de reivindicações apresentadas, entre elas a necessidade de incentivos para estimular a produção de trigo nacional, cultura em que o Paraná se destaca como maior produtor. “O ministro disse que vai encaminhar essa pauta com prioridade em seu ministério”, disse Bianchini.
O Paraná é responsável por 50% da produção nacional. Conforme o zoneamento agrícola do Estado, o trigo começa a ser plantado em 15 de abril no Paraná e, segundo o governo estadual, os produtores pedem uma política adequada ao setor.
Trigo – “A maior preocupação dos produtores no Paraná é com a importação de farinha de trigo subsidiada da Argentina”, diz o secretário. O assunto já foi discutido na semana passada na Comissão de Agricultura, na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde Bianchini prestou depoimento.
Segundo o secretário paranaense, na Argentina o governo está incentivando a exportação da farinha de trigo, matéria-prima com maior valor agregado, e taxando a exportação da matéria-prima bruta, no caso o grão de trigo.
“A importação de farinha subsidiada provoca um duplo prejuízo, aos produtores e aos moinhos”, explica Bianchini. Os moinhos deixam de comprar a produção nacional porque não podem concorrer com um produto subsidiado. “A queda na atividade desse setor representa uma ameaça à segurança alimentar do País”, alerta.
Bianchini lembra que o Brasil produz apenas cerca de 20% do consumo, avaliado em torno de 10,5 milhões de toneladas. “Com uma produção nacional de 2,3 milhões de toneladas, como a do ano passado, ficamos muito vulneráveis e qualquer obstáculo na importação. Os consumidores brasileiros podem enfrentar sérias dificuldades na compra de derivados como o pãozinho e massas”.
Bianchini é um defensor do estímulo ao aumento da produção de trigo brasileiro. Ele enfatiza que há potencial para o crescimento da produção. Só o Paraná, informa, está disposto a plantar um milhão de hectares, com previsão de produção de 2,4 milhões de toneladas, volume acima do que foi produzido no ano passado em todo o País. “No ano passado, a cultura do trigo foi prejudicada pela estiagem e geadas”, justificou.
Conforme a reivindicação do Paraná apresentada ao ministro, o preço mínimo do trigo deve ser corrigido, passando dos atuais R$ 400 para R$ 470,33 por tonelada. Outra preocupação é a adoção de instrumentos para compra de pelo menos 40% da produção nacional, via ferramentas como Prêmio para Escoamento da Produção (PEP) e Aquisição do Governo Federal (AGF).
O documento pede ainda a redução dos juros de custeio, atualmente fixados em 8,75% ao ano e um aumento de alíquota do prêmio do seguro rural, que deve avançar de 50% para 60% sobre o volume gasto no custeio.